Clique e conheça!

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www.guidhacappelo.com.br

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Começando um novo trabalho!



Um lugar pra Iemanjá

O doiá Iemanjá!
Peço-te permissão e proteção a este trabalho
e aos donos desta casa!
O doiá!



Mais um novo trabalho! Mais um novo desafio!
Transformar uma peça de cimento em concha!
E sem varinha mágica!
Detalhe: a concha estará ininterruptamente com água.
(com cloro!)
A tinta tem que resistir! E agora?????

Depois de muito pesquisar, achei um selador
e uma tinta que vai funcionar
e me permitir as nuances que preciso.

Vamos começar????
Afinal as chuvas estão por aí, não posso perder tempo!!!!



Começando a criar...

Tenho que ter harmonia entre as cores da concha
e a peça de barro (Iemanjá)


Dando forma à concha...


Hum! ...essa posição não é muito interessante... rsrsrsrsr

Acho que vou providenciar algum suporte sobre a piscina...

Ah! A máscara é por causa do pózinho
do cimento quando lixo!

O cimento não está fácil!!!!
Mas ele não é mais que eu!



Começou a chuviscar!
Vou ter que providenciar um plástico
e cobrir a base pra não perder tanto tempo
à espera que seque o cimento!


Em tempo:

IEMANJÁ: Seu nome significa mãe dos filhos-peixes. Originária do rio Ogun, na Nigéria, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que atribuem a ela poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade. É maternal, sempre pronta para amamentar as crianças sob seu domínio, mas também sabe ser belicosa, mantendo-se de espada em punho para defender seus filhos e seus direitos.

Iemanjá representa a criação efetivada.

Complacente e pródiga, é responsável pela pescaria farta, além da vida com abundância de alimentos.

Ela não lembra a volúpia das sereias das lendas européias ou a Iara dos mitos indígenas, mas é representada e cultuada com muito respeito, pois é a mãe da criação.


O doiá Iemanjá!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

No TEMPLO da PAZ!








Quando me olhei no espelho
Busquei a vida, busquei a mim.
Busquei verdades e certezas.
Me encontrei tão imperfeita...
Tão magoada... ferida, assim,




Apurei a vista... Duvidei!
De repente eu transpareci!
Foquei meu peito, no coração,
(Que batia tão lentamente),
E vi a PAZ que guardei ali.




Feito pomba rodopiando
Bem na frente de meu nariz,
Entre nuvens se misturava
Ás vezes branca, ás vezes azul,
Meu Deus! Como fiquei feliz!




Vejo uma ou vejo três?
Tão forte é sua energia
Resplandece em meu coração
(De alegria o deixando cheio)
Como há muito tempo não via!




Esta PAZ que tanto busco
E que me some volta e meia,
Percebi neste instantinho
Que trago, sem saber, aqui,
No sangue que corre na veia.


Guidha Cappelo 08 Fev 2011


Técnica: Assemblage
Tela, cordões, recortes de plásticos,
tachas, tachinhas e tachões.
Tela: 70x70cm
Investimento:

R$ 800,00 (2 vezes)
À vista 710,00


- Estava travada, como sempre... ainda não me acostumei! Desde o início do ano que danço nesta mandala... A parte interna foi fácil... gostava do desenho das pombas, mas e o resto???
Achar uma técnica que eu pudesse passar a sensação de céu, de nuvens sem passar pelo acadêmico, foi uma forma de me levar de volta a outros tempos em que me deliciava com a descoberta de artesanatos... Porque não?

Até aí tudo bem!!!! Mas e depois? Queria manter a linha medieval... huummm que tal voltar às cores primárias... pesquisei mais uma vez e nada enchia meu coração!

Ontem resolvi aproveitar a ausência de minha filha em casa e joguei um verde especial, dourado e BETUME por cima. A casa ficou empesteada com o cheiro.

Aí sim comecei a achar o caminho. fui tirando o excesso com um trapinho e um tubo de tinta carmim apareceu na minha frente! Pronto! Foi a dica! Como bem disse minha amiga Talia:

O contraste do divino com o humano (o centro em harmonia com as extremidades e as bordas com o quadrado) foi combinação perfeita.

Sair da suavidade (expressas pelo azul e branco) para encontrar a força da vida (expressas pelo dourado, o vermelho e o verde) só me fez pensar numa paz que precisa ser concreta, que está tanto na singeleza das nuvens como no sangue que corre nas veias.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ainda a Mandala Medieval






É tão maravilhoso quando a nossa arte invade o coração dos outros...

TALIA disse:

Amiga,
Isto que lhe escrevo, não é um comentário, mas um desabafo e uma confissão de quem, por meio da sua arte, muda formas de olhar, pensar, sentir. Só um autêntico artista pode ter esse poder sobre alguém. Que maravilha! Obrigada!



A Idade das Trevas,

agora bela, leve e luminosa

Tive o privilégio de ver mais uma mandala nascendo. Guidha estava no sítio de alma tropical, em seu refúgio e ateliê. Um pouco confusa, perturbada, hesitante, mas, nada resignada. Disse-me: “Esta será a Mandala Medieval”. Sua ansiedade e empolgação de sempre saltou em seus olhos de um modo como eu nunca vira antes. Depois, entendi – era uma treva peculiar que se deixava iluminar pela inspiração e sobretudo, entrega. Talvez, entrega a um “inconsciente coletivo” que diz: Isto é pesado, feio, escuro, tem dor. E, com certeza, entrega a um inconsciente conscientizado pelo coração que diz: Vale a pena trilhar aqui, sem pressa, admirando a paisagem, pois sei que chegarei em lugar de luz.

Lembro, como se fosse hoje, de Guidha me apresentando alguns tons em ogre e envelhecidos em sua tarefa de escolher, decidir – como às vezes isso é difícil! O que será que naquele momento ela tinha que escolher, decidir? Talvez, nem ela mesma soubesse. Importante pra mim foi deslumbrar-me com a aparição.

Recordo que disse a ela: “Só você mesma pra criar algo assim!” Ela, sem entender, me indagou: “Como assim?” Eu, mesmo sabendo que nenhuma resposta seria suficiente, arrisquei: “Porque só você pra dar qualidades a algo que pra mim representa o oposto de tudo isso.” Não sei se ela captou a mensagem... O que sei é que vi um bebê chorando ao nascer: belo, leve e luminoso, vestido de transparência, como sua mãe, que deixa passar e se revelar através de si, sua própria emoção. Obrigada!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011




REcebi agora um comentário de um amigo querido

Luciano Rasteli



Mandala Ventania

Duvido que aquele retumbante tsunami de ondas tubulares de chocolate branco se fez ouvir no momento sublime do impulso intuitivo da artista. Mas, “se ser artista é ver o que os outros não conseguem ver”(1), uma vez feito isso, ele abre o precedente para que sua audiência também veja e ouça o que talvez ele mesmo não tenha intencionado mostrar ou dizer.

Então, posso dizer que as ondas de chocolate branco estavam lá, fluindo a partir do epicentro do mundo e navegando para além de uma rede inextrincável de relações, nossas relações – que podem mesmo, se quisermos, ser algo brilhante – e é essa sugestão que Guidha nos traz.

Se o mundo é também nossa teia de relações, fica claro que “a revolução somos nós” (2), portanto, “seja você a mudança que espera ver no mundo” (3).

As crianças de Vik Muniz estão açucaradas, pois suas infâncias perderam a doçura e só mesmo um tsunami de ondas de chocolate branco pode conceder um sabor divino às nossas relações.

Que sejamos brilhantes!
É o convite que ouço na imagem de Guida.
Rasteli


(1) Patti Smith, Só garotos.
(2) Beuys, em exposição no MAM.
(3) Gandhi.
(4) No filme Lixo extraordinário.
.

Meu trabalho é a expressão de minha vida!

Nas linhas da memória pincelo novos caminhos, dou cor e rosto a um tempo.

É através da arte que reconstruo um mundo plural - possível onde todos se entrelaçam numa dança única.

Busco o entendimento diante da Natureza.
Sou uma Portuguesa, nascida em Angola, vivendo no Brasil.

Carrego a esperança de que através do mistério das mandalas e do reaproveitamento de materiais, por meio da reciclagem, podemos reconstruir os laços que unem estas nações e neste olhar, dar lugar a uma nova consciência, preocupada com as questões do mundo em que vivemos.

Por isso uso minhas mãos, minha sensibilidade, minha arte para mostrar minha esperança...
Esperança de que tudo possa ser revertido.
Que o ser humano de hoje, se respeite e respeite o direito à vida dos que vêm depois...

Quando crio, sempre deixo minha arte ser o espelho da minha alma...

Uso minha sensibilidade, para revelar vivências profundas e refazer caminhos junto da Natureza...

Este é meu grande desafio:
Ser várias nações, uma colcha de "re-atalhos"...

Guidha Cappelo